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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3475
A ATUAÇÃO DE ODONTOPEDIATRAS FRENTE AOS CASOS DE MAUS-TRATOS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Campos, Paulo Cesar Moreira | Date Issued:
2005
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Fernandes Figueira. Departamento de Ensino. Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
A violência familiar contra criança e o adolescente apenas recentemente se tornou objeto de atuação para as Políticas Públicas. O Estatuto da Criança e do Adolescente torna obrigatória a notificação de casos suspeitos ou confirmados de maus-tratos contra crianças e adolescentes, estando todos os profissionais que lidam com estes a fazê-lo, incluíndo os de saúde. O cirurgião-dentista deve estar capacitado para identificar casos de crianças ou adolescentes vítimas de maus-tratos, oferecer os cuidados dentários de emergência que sejam necessários e notificar as autoridades competentes. O objetivo deste estudo foi o de identificar e analisar a visão dos odontopediatras frente aos casos de violência contra crianças e adolescentes, com o intuito de traçar um perfil de atuação destes profissionais.A metodologia foi a qualitativa sendo para isto feito um estudo seccional. Foi calculada uma AAS e enviados pelo correio 279 questionários, sendo devolvidos 123. Os resultados encontrados indicam que dos profissionais consultados 104 pertenciam ao sexo feminino e 15 ao masculino. Mais da metade dos profissionais tem mais de 40 anos, a maioria tem mais de 15 anos de formado e grande parte dos profissionais se especializou nas décadas de 90 e 80. Dos que trabalham no setor privado predomina os que atuam de forma autônoma e seus locais de trabalho se concentram na Zona Norte e Zona Sul.Um número expressivo de profissionais nunca recebeu informações sobre violência familiar contra crianças e adolescentes e 21 buscaram suprir esta deficiência em periódicos.Quanto a suspeita de que algum paciente tivesse sido vítima de violência familiar 44 dos entrevistados afirmaram já terem vivenciado tal situação e 23 haviam feito o diagnóstico. A conduta de notificar todos os casos suspeitos e confirmados foi a opção escolhida por 15 profissionais. Concluiu-se que a ausência ou insuficiência de informações sobre como atuar frente a casos de maus-tratos contra crianças e adolescentes pode ser a responsável, pela falta de uma conduta padrão diante destes casos, seja com relação às vítimas e as suas famílias, bem como em relação ao encaminhamento do caso, tendo familiaridade apenas com alguns sinais clínicos e comportamentais. Portanto é preciso solucionar esta deficiência possibilitando que os odontopediatras atuem como elo de ligação entre vítimas e serviços de proteção à infância bem como uma maior inserção destes em equipes multidisciplinares que lidam com esta problemática.
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