Abstract in Portuguese | A matéria destaca a urgência em abordar o trânsito como um sério problema de saúde pública no Brasil, que causa mais mortes do que várias doenças graves, como doenças cardíacas, câncer de pulmão, HIV e diabetes mellitus em todo o mundo. Com cerca de 40 mil mortes por ano no Brasil devido à violência no trânsito, é a principal causa de morte entre os jovens brasileiros na faixa etária de 15 a 29 anos e a nona causa mais frequente de mortes globalmente. É ressaltado que o trânsito não apenas mata, mas também altera vidas, deixando pessoas doentes, com incapacidades temporárias ou permanentes que necessitam de tratamento e cuidados. Cerca de 400 mil pessoas sofrem algum tipo de sequela após um acidente, e aproximadamente 60% dos leitos hospitalares do Sistema Único de Saúde são ocupados por acidentados. A velocidade média excessiva nas cidades e a combinação de direção com o uso de bebidas alcoólicas são apontadas como os principais fatores dessa tragédia. O texto destaca a desigualdade presente no trânsito, onde os mais vulneráveis acabam sendo os mais prejudicados, refletindo a lei do mais forte. Entre as soluções propostas pelos especialistas estão a redução da velocidade média nas cidades, o foco nas pessoas, a ampliação do transporte público de massa e a priorização dos pedestres em relação ao aumento do fluxo e da velocidade dos automóveis. Além disso, é recomendada uma fiscalização mais rigorosa das leis de trânsito existentes e a implementação de políticas públicas e medidas de infraestrutura, saúde e assistência social que visem a redução de acidentes e danos às pessoas. A matéria também destaca a importância da Agroecologia, abordando o encontro entre agricultores, indígenas, caiçaras e pesquisadores que defendem e praticam a convergência entre saúde e preservação dos territórios, cultivo de alimentos saudáveis e valorização das culturas tradicionais. Por fim, são mencionados retrocessos preocupantes no país, como a dificuldade no cumprimento da Lei de Acesso à Informação, facilitação do acesso a armas de fogo e transferência da responsabilidade pela demarcação de terras indígenas para um ministério controlado pelo agronegócio, colocando em risco a preservação ambiental e a vida dos povos indígenas. O desastre em Brumadinho é citado como exemplo dos impactos da mineração predatória e da falta de regulação adequada. A reflexão final, com a citação de Lenine, nos lembra da raridade da vida e da importância de agir com urgência para enfrentar os desafios que ameaçam a segurança e a saúde das pessoas. | |