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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26507
ENCEFALOPATIA ASSOCIADA A SEPSE: FISIOPATOLOGIA NA SEPSE EXPERIMENTAL COM AVALIAÇÃO POR MONITORIZAÇÃO MULTIMODAL E ESTUDO OBSERVACIONAL NA SEPSE CLÍNICA (ESTUDO SAE)
Kurtz, Pedro Martins Pereira | Date Issued:
2016
Author
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: A disfunção cerebral aguda é uma complicação importante da sepse. A fisiopatologia da disfunção cerebral na sepse ainda não é totalmente compreendida. Provavelmente envolve danos celulares, neuroinflamação, disfunção mitocondrial, fluxo sangüíneo cerebral e neurotransmissão / excitotoxicidade. Além disso, a disfunção cerebral aguda é um preditor de aumento da mortalidade e comprometimento cognitivo em pacientes com sepse internados na unidade de terapia intensiva (UTI). As alterações do eletroencefalograma (EEG) são comuns nos estágios agudos da sepse e correlacionam-se com a gravidade da disfunção orgânica sistêmica e neurológica. Artigo 1: Monitorização Multimodal Cerebral na Sepse: Estudo Experimental. Doze porcos machos e fêmeas, anestesiados, ventilados mecanicamente e monitorizados de forma invasiva foram alocados para um procedimento simulado (N = 5) ou indução de sepse (N = 7). Achados da microdiálise cerebral mostraram níveis inalterados da razão lactato / piruvato e glicose cerebral entre os grupos. As razões de glicose cerebral/sérica foram aumentadas nos animais sépticos durante o período do estudo, apesar de uma diminuição progressiva da glicose sérica. Além disso, os níveis de glutamina no microdialisado foram elevados a partir das 6 horas após a indução de sepse. A análise das amostras de tecido cerebral demonstrou que glutamato, glutamina, D-serina e L-serina estavam elevados no grupo com sepse, em comparação com o controle. No entanto, a dosagem de C-Fos, um marcador de neurotransmissão, permaneceu inalterado entre os grupos Conclusões: Neste modelo de sepse ressuscitada, demonstramos alterações da bioenergética cerebral e atividade glutamatérgica, sem descompensação do metabolismo energético. Artigo 2. Disfunção Cerebral Aguda na Sepse: Alterações Eletroencefalográficas são Associadas a Delirium e Mortalidade. Este foi um estudo prospectivo, multicêntrico, observacional. EEG foi realizado em pacientes consecutivos internados na UTI por sepse grave ou choque séptico de infecção adquirida na comunidade, dentro de 72 horas após a admissão. Trinta e três pacientes foram submetidos a EEG na fase aguda de sepse. Houve alteração mais frequente no EEG, medida pelas escalas de Synek e Young, em pacientes que desenvolveram delirium, assim como entre os não sobreviventes. Conclusões: Neste estudo prospectivo de sepse grave ou choque séptico, EEG contínuo com padrão maligno baseado no escore de Synek ou escore anormal de Young foi associado ao desenvolvimento de delirium ou delirium subsindrômico e mortalidade hospitalar.
Abstract
Introduction: Acute brain dysfunction is a major complication of sepsis. The pathophysiology of brain dysfunction in sepsis remains unclear. It probably involves cellular damage, neuroinflammation, mitochondrial dysfunction, cerebral blood flow and neurotransmission/excitotoxicity. Moreover, acute brain dysfunction is a predictor of increased mortality and cognitive impairment in patients with sepsis admitted to the intensive care unit (ICU). Electroencephalogram (EEG) abnormalities are common in the acute stages of sepsis and correlate with the severity of systemic and brain dysfunction. Artigo 1. Cerebral Multimodal Monitoring in Sepsis: An Experimental Study. Twelve anesthetized, mechanically ventilated and invasively monitored male and female pigs were allocated to a sham procedure (N = 5) or sepsis (N = 7). Cerebral microdialysis showed unchanged levels of lactate/pyruvate ratios and brain glucose between the groups. Brain/serum glucose ratios were increased in the septic animals during the study period despite a progressive decrease in serum glucose. Moreover, MD glutamine levels were elevated starting at 6 hours after sepsis. Tissue analysis showed elevated glutamate, glutamine, D-serine and L-serine in the sepsis group, as compared to sham. However, C-Fos, a marker of neurotransmission, was unchanged between groups Conclusions: In this model of resuscitated sepsis, neuroenergetics is altered, with exacerbated glutamatergic activity and increased glucose utilization by the brain, but no evidence of decompensate energy metabolism or excitotoxicity. Artigo 2. Acute Brain Dysfunction in Sepsis: Electroencephalographic Changes are Associated with Delirium and Mortality. This was a prospective, multi center, observational study. Continuous EEG for 12 hours was performed in all consecutive patients acutely admitted in ICU for severe sepsis and sepstic shock from communityacquired infection, within 72 hours from admission. Thirty three patients underwent continuous in the acute phase of sepsis. Abnormal EEG findings, measured by Synek and Young scores, were more common in patients that developed delirium and among nonsurvivors. Conclusions: In this prospective study of severe sepsis or septic shock, continuous EEG with a malignant pattern based on Synek\2019s score or abnormal Young score was associated with development of delirium or subsyndromal delirium and hospital mortality.
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