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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25227
Type
DissertationCopyright
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Sustainable Development Goals
03 Saúde e Bem-EstarCollections
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UTILIZAÇÃO DO SURFACTANTE NA DOENÇA DE MEMBRANA HIALINA EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
Ramos, Carla Nasser Patrocínio | Date Issued:
2016
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
O adequado desenvolvimento pulmonar é fundamental para o estabelecimento da função respiratória no período neonatal. A Doença de Membrana Hialina ou Síndrome do Desconforto Respiratório é consequente à deficiência primária de surfactante e acomete principalmente recém-nascidos prematuros menores de 35 semanas de idade gestacional. Suas manifestações clínicas podem iniciar ao nascimento ou nas primeiras horas de vida e na ausência de tratamento pode levar ao óbito por falência respiratória. Sua evolução é progressiva e a melhora ocorre entre 2 a 4 dias de vida. É a principal causa de morbimortalidade nessa população. A terapia de reposição com surfactante exógeno foi responsável por uma marcante mudança no cenário neonatal e tornou-se uma das principais intervenções neste campo. É uma ferramenta terapêutica indispensável na abordagem da Doença da Membrana Hialina. Apesar da melhor evidência atual favorecer o uso do surfactante terapêutico e precoce, isto é, nas primeiras 2 horas de vida, observa-se ainda uma grande variação no seu uso nas unidades neonatais. O objetivo do presente estudo fpi descrever o perfil de utilização do surfactante na Doença de Membrana Hialina em recém-nascidos prematuros em diferentes Unidades de tratamento intensivo neonatal no Sistema Único de Saúde. Foi realizada uma coorte de 1431 recém-nascidos prematuros, nascidos nas unidades participantes da pesquisa e com idade gestacional entre 24 e 34 semanas e/ou peso nascimento < ou igual a 1500g durante o período de 2011 à 2013. Em relação as características maternas, observa-se mães jovens (26,3 anos ± 6,9 anos), com acompanhamento de pré-natal em 85,6%, o uso de corticoide antenatal ocorreu em 64,4% das pacientes e a principal via de parto foi cesariana (59,3%). Já as características referentes aos recém-nascidos, observa-se o peso médio e a idade gestacional respectivamente de 1,345g ± 464,8 g e 30,3 sem ± 2,9 sem. Não houve diferença significativa em relação ao sexo. O diagnóstico de Doença de Membrana Hialina ocorreu em 49,8% e destes 42,9% necessitou do uso de surfactante em algum momento. A necessidade de oxigênio traduzida pela FiO2 variou de 58,3 ± 28 antecedente ao uso do surfactante. Ao compararmos o grupo de pacientes que fez uso de surfactante com o que não fez, observa-se diferença na sua composição e na evolução clínica, principalmente em relação a gravidade do primeiro grupo. No grupo que fez uso do surfactante, 28,5% fez uso de CPAP precoce, e dos 42,9% que utilizaram surfactante, 440 (71,9%) fizeram uso precoce e 172 (28,1%) uso tardio. O uso do surfactante precoce teve associação com o peso de nascimento e a utilização de CPAP precoce. O momento do uso do surfactante, precoce e tardio não esteve associado diretamente aos principais desfechos analisados: óbito e/ou displasia broncopulmonar. Nosso estudo demonstrou uma considerável variação das práticas relacionadas ao uso de surfactante na Síndrome de Desconforto Respiratório. Portanto, é recomendável e importante a revisão periódica, assim como a implementação de protocolos nas unidades neonatais baseados nas evidências mais atuais.
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