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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16265
OCORRÊNCIA DE TOXOPLASMOSE CONGÊNITA, AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE TOXOPLASMOSE E DO ACOMPANHAMENTO SOROLÓGICO DAS GESTANTES E IMPLANTAÇÃO DE MEDIDAS DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA NOS PROGRAMAS DE PRÉNATAL DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ
Moura, Fernanda Loureiro de | Date Issued:
2016
Author
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Abstract in Portuguese
Introdução: Toxoplasma gondii pode ocasionar infecção fetal por via transplacentária, sendo a toxoplasmose congênita um grave problema de saúde pública. É fundamental no pré-natal o diagnóstico laboratorial precoce, bem como a transmissão de informações sobre a doença. Objetivos: Avaliar o conhecimento sobre a toxoplasmose entre as gestantes e os profissionais de saúde e contribuir para a implantação da prevenção primária da toxoplasmose congênita nos Programas de pré-natal do município de Niterói-RJ. Metodologia: Participaram da pesquisa 500 gestantes e 141 profissionais de saúde provenientes de 17 módulos do Programa Médico de Família e de duas Policlínicas de Niterói-RJ, de 2013 a 2016. Todos assinaram o TCLE e responderam um questionário. Após esta etapa foram realizadas ações de educação e saúde, utilizando palestras, materiais educativos e um modelo educativo interativo. Após três meses, 145 gestantes responderam os questionários novamente. Resultados: Das 500 gestantes, 226 (45,2%) conheciam a toxoplasmose. Destas, 23,5% tiveram informações por amigos e 19,0% pelo médico. Do total de gestantes, 6,8% relataram contato com fezes de gatos, 14,0% contato com o solo sem luvas, 10,4% consumiam verduras, legumes e frutas cruas sem higiene adequada, 9,6% carne crua e 23,4% carne mal passada, 17,8% consumiam embutidos mal cozidos, 10,6% bebiam leite não pasteurizado e 24,0% água de abastecimento público sem filtrar
Ao comparar os questionários de 145 gestantes pré e pós atividades educativas, o contato com o solo sem uso de luvas teve redução significativa estatisticamente, de 11,0% para 4,8% (p=0,022) e o consumo de água sem filtro reduziu de 26,9% para 20,0% (p=0,000), consumo de carne crua reduziu para 6,9% e de carne mal cozida para 17,9%. Foram mais citados como medidas profiláticas: lavagem dos alimentos (62,1%), lavagem das mãos (62,1%) e consumo de carne cozida (61,4%). Dentre os profissionais de saúde, muitos erros foram relatados, um técnico de enfermagem e 13 agentes comunitários de saúde não conheciam a toxoplasmose. 90,6% dos profissionais de saúde fizeram associação da transmissão do T. gondii com o contato e ingestão de oocistos presentes nas fezes dos gatos, entretanto, as outras formas de transmissão foram menos citadas. A situação do controle da toxoplasmose congênita no município de Niterói é preocupante, pois a prevenção primária não é realizada e a secundária não funciona adequadamente. Também não há notificação dos casos de toxoplasmose adquirida na gestação e congênita na vigilância epidemiológica do município. Uma gestante teve reativação da toxoplasmose ocular e foi encaminhada ao pré-natal de alto risco, o tratamento não foi realizado e o recém-nascido não apresentou sinais e/ou sintomas de toxoplasmose ao nascimento e nem nos dois anos seguintes, segundo o relato da mãe. Conclusão: o atendimento pré-natal da rede pública de saúde desta localidade não está adequado para o controle efetivo da toxoplasmose congênita. É recomendada a implantação da prevenção primária bem como a notificação dos casos de toxoplasmose adquirida na gestação e congênita que são medidas fundamentais para garantir a qualidade de vida das gestantes e seus conceptos
Abstract
Introduction:Toxoplasma gondii can cause fetal infection by transplacental route and congenital toxoplasmosis is a serious public health problem. It is fundamental in prenatal early laboratory diagnostics, as well as the transmission of information about the disease. Objectives: to evaluate the knowledge of toxoplasmosis among pregnant women and health professionals and to contribute to the congenital toxoplasmosis primary prevention implementation in prenatal programs in the city of Niterói, RJ. Methods: Participated in the study 500 pregnant women and 141 health professionals from 17 modules of the Family Doctor Program and two polyclinics in Niterói-RJ from 2013 to 2016. All signed the consent form and answered a questionnaire. After this stage, health education actions were conducted, using lectures, educational materials and interactive educational model. After three months, 145 pregnant women answered the questionnaires again. Results: Among 500 pregnant women, 226 (45.2%) knew toxoplasmosis. 23.5% had information from friends and 19.0% by the doctor. Of the total of pregnant women, 6.8% reported contact with cat feces, 14.0% contact with the ground without gloves, 10.4% consumed vegetables and raw fruits without proper hygiene, 9.6% raw meat and 23.4% undercooked meat, 17.8% consumed embedded meat, 10.6% drank raw milk and 24.0% water from public supply system without filtering
By comparing the questionnaires of 145 pregnant women pre and post educational activities, contact with the ground without gloves had statistically significant reduction of 11.0% to 4.8% (p = 0.022) and unfiltered water consumption reduced of 26.9% to 20.0% (p = 0.000), consumption of raw meat reduced to 6.9% and undercooked meat to 17.9%. The prophylactic measures most frequently cited were: washing food (62.1%), hand washing (62.1%) and consumption of cooked meat (61.4%). Among health professionals, many errors were reported, one nursing technician and 13 community health workers did not know toxoplasmosis. 90.6% of health professionals associated the transmission of T. gondii with contact and ingestion of oocysts present in the cats\2019 feces; however, other forms of transmission were less cited. The situation of congenital toxoplasmosis\2019 control in Niterói is worrying because primary prevention is not performed and the secondary does not work properly. There is also no notification of congenital and acquired toxoplasmosis cases during pregnancy in epidemiological surveillance of the city. A pregnant woman had reactivation of ocular toxoplasmosis and was referred to high risk prenatal, treatment was not carried out and the newborn did not present signs and / or symptoms of toxoplasmosis at birth and not the following two years, according to the report of the mother. Conclusion: prenatal care of this locality public health system is not adequate for the effective control of congenital toxoplasmosis. The implementation of primary prevention and the notification of congenital and acquired toxoplasmosis cases during pregnancy are recommended, that are essential measures to ensure the quality of life of pregnant women and their concepts
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