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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/12834
VIVENDO COM HIPERTENSÃO: UM ESTUDO SOBRE A EXPERIÊNCIA DA ENFERMIDADE
Claro, Lenita Barreto Lorena | Date Issued:
2006
Alternative title
Living with hypertension: a study about the experience of the illnessAuthor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Este estudo teve como objetivo conhecer a experiência subjetiva de indivíduos portadores de hipertensão arterial. A experiência individual serviu como base para uma compreensão dos modos compartilhados pelos quais o grupo social identificava, atribuía significados e atuava em relação a esse problema de saúde. Foi utilizada abordagem qualitativa e métodos antropológicos. O estudo foi realizado numa comunidade de pescadores localizada na praia de Itaipu, município de Niterói, R.J. Foram entrevistados 23 adultos entre 40 e 80 anos de idade, sendo 13 mulheres e 10 homens. O material obtido foi analisado segundo o modelo dos Sistemas de Signos, Significados e Ações. A análise evidenciou os signos diagnósticos, alterações corporais que indicavam aumento na pressão arterial e, em geral, levaram ao diagnóstico, e os signos de agravamento, que indicavam a ocorrência de complicações. Entre as causas apontadas para a hipertensão, destacaram-se as perturbações emocionais, cujas fontes principais eram questões familiares e financeiras, e a alimentação rica em sal e gordura. Uma fisiopatologia popular da hipertensão foi descrita, na qual alterações na quantidade, qualidade e movimento do sangue poderiam levar ao aumento da pressão e a complicações, como derrames e infartes. A gravidade da doença apresentava uma gradação entre os casos, em função dos sintomas, níveis da pressão, outras doenças concomitantes e ocorrência de complicações. A hipertensão era vista como um problema intermitente e as estratégias de controle da mesma baseavam-se nesse modelo e na percepção dos signos corporais. A auto-regulação do tratamento era a estratégia mais freqüente, incluindo alterações e interrupções no esquema medicamentoso e na dieta. Propõe-se uma maior aproximação entre profissionais de saúde e usuários, através do estabelecimento de relações mais igualitárias e de uma sensibilização dos profissionais às questões sócio-culturais envolvidas nos problemas de saúde.
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