IOC - PGBS - Dissertações de Mestradohttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/68832024-03-28T16:32:41Z2024-03-28T16:32:41ZAnálise morfo-molecular de populações de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) (Pulmonata: Planorbidae) de diferentes regiões geográficas do BrasilNogueira, Raiany Thulerhttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/609962024-01-08T17:55:43Z2022-01-01T00:00:00ZAnálise morfo-molecular de populações de Biomphalaria straminea (Dunker, 1848) (Pulmonata: Planorbidae) de diferentes regiões geográficas do Brasil
Nogueira, Raiany Thuler
Biomphalaria straminea é um dos três planorbídeos que atuam como hospedeiros intermediários de Schistosoma mansoni no Brasil e é responsável pela manutenção de altas taxas de esquistossomose mansoni em algumas áreas endêmicas do nordeste brasileiro. A principal característica morfológica de B. straminea é o acentuado enrugamento vaginal, embora também esteja presente em algumas espécies congenéricas que formam um grupo conhecido como complexo B. straminea. O objetivo deste estudo foi analisar variações intraespecíficas em B. straminea com base em análises morfológicas e moleculares de espécimes de 10 diferentes localidades das cinco regiões geográficas do Brasil. As conchas foram medidas com paquímetro, considerando dois parâmetros: diâmetro e altura. Os exemplares foram dissecados sob estereomicroscópio e as estruturas do sistema reprodutor desenhadas em câmara clara e mensuradas. Foram consideradas 16 características morfológicas e 8 proporções entre elas. Os genes ITS2 (460 pb) e COI (710 pb) foram sequenciados, sendo analisados por meio de análises filogenéticas, divergência genética e rede de haplótipos (COI). Quinze sequências de oito táxons, incluindo diferentes espécies de Biomphalaria, além de espécies de Helisoma (grupo irmão) foram utilizados como grupo externo nas análises de inferência filogenética. Observamos uma grande variação intraespecífica em todas as estruturas morfológicas examinadas, com alguns espécimes tendo apresentado enrugamento vaginal discreto e de aspecto inchado. As análises de divergência genética também demonstraram um nível significativo de variabilidade intraespecífica em B. straminea, até 5% no COI e até 3% no ITS2. A análise de distribuição dos haplótipos COI recuperou 16 haplótipos e diversidade haplotípica de 0,9088 para B. straminea. Sequências do GenBank identificadas como B. kuhniana e utilizadas como grupo-externo foram recuperadas entre as sequências de B. straminea, indicando que esta pode tratar-se de uma variação da primeira. Nossos resultados corroboram a já conhecida variabilidade morfológica e genética de B. straminea e demonstram a necessidade de ampliar o estudo, incluindo populações de outras espécies com características semelhantes, preferencialmente procedentes de suas localidades-tipo, visando avaliar a validade das espécies consideradas próximas de B. straminea, como B. kuhniana.
2022-01-01T00:00:00ZLevantamento de bactérias resistentes a antibióticos isoladas a partir de moscas coletadas em Jacarepaguá, Rio de JaneiroAlves, Daislany Andreia da Silvahttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/609782024-01-08T17:16:48Z2021-01-01T00:00:00ZLevantamento de bactérias resistentes a antibióticos isoladas a partir de moscas coletadas em Jacarepaguá, Rio de Janeiro
Alves, Daislany Andreia da Silva
A resistência bacteriana é um problema crescente em todo o mundo e os dípteros são agentes de disseminação dessas bactérias resistentes, de forma que esses insetos podem atuar como indicadores de contaminação ambiental e de amplificação da resistência bacteriana. O principal objetivo do estudo foi verificar a diversidade de espécies bacterianas resistentes a antibióticos de importância clínica, presente nos dípteros muscoides isolados em áreas próximas a uma fábrica de carne de aves. Foram coletados 59 dípteros muscoides em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, por armadilhas confeccionadas de garrafa plástica contendo como isca para as moscas carne moída putrefata. Essas moscas coletadas foram levadas individualmente ao laboratório e identificadas em nível de família. Posteriormente, foram maceradas e este macerado foi diluído e plaqueado em diferentes meios de cultura com e sem antibiótico. Através da tecnologia de ionização e dessorção a laser assistida por matriz - tempo de voo (MALDI-TOF) os isolados bacterianos foram identificados. A análise fenotípica dos perfis de suscetibilidade aos antimicrobianos foi realizada através do método de disco-difusão. Os determinantes genéticos que conferem resistência a beta-lactâmicos mais comumente encontrados em amostras clínicas, resistência à vancomicina, à colistina e o gene aac(6')-Ib como gene codificador de enzima modificadora de aminoglicosídeo foram investigados através de reações da polimerase em cadeia (PCR). Em relação aos insetos em nível de família, 33 dípteros muscoides foram identificados como Fanniidae, 16 Muscidae, 6 Sarcophagidae e 2 Psychodidae. Diferentes espécies bacterianas foram isoladas e identificadas. Verificou-se perfis de resistência entre 13 cepas pertencentes a seis espécies diferentes. Quatro cepas de E. faecalis foram positivas para o gene vanB, que codifica resistência a vancomicina e uma amostra de A. johnsonii foi positiva para o gene blaGIM-1, que confere resistência a carbapenêmicos e outros betalactâmicos. Os resultados obtidos destacam a importância dos dípteros muscoides atuando como disseminadores de uma elevada variedade de microrganismos e resistentes a diferentes antimicrobianos de importância clínica.
2021-01-01T00:00:00ZComposição e estrutura da helmintofauna de Didelphis albiventris Lund, 1840 (Didelphimorphia: Didelphidae) em dois extremos da Mata AtlânticaCirino, Bruna Silvahttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/578802024-01-08T17:16:48Z2021-01-01T00:00:00ZComposição e estrutura da helmintofauna de Didelphis albiventris Lund, 1840 (Didelphimorphia: Didelphidae) em dois extremos da Mata Atlântica
Cirino, Bruna Silva
O gambá-de-orelha-branca, Didelphis albiventris, é a espécie de gambá com maior distribuição geográfica no Brasil, podendo atuar como reservatório silvestre de diversos parasitos. No entanto, ainda existe uma carência de informações sobre sua helmintofauna em diferentes ambientes. Os objetivos desse estudo foram descrever a composição de espécies e analisar a estrutura das comunidades de helmintos de D. albiventris em dois extremos geográficos da Mata Atlântica dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Sul. Foram recuperados helmintos de 40 espécimes de D. albiventris (24 provenientes do município de Mamanguape, PB e 16 do município de Porto Alegre, RS). Os helmintos previamente fixados foram identificados até nível específico, quando possível, e contados. Foi investigada a influência do sexo, massa corporal, idade e localidade de captura dos hospedeiros, bem como da riqueza de espécies de helmintos por infracomunidade na abundância e na prevalência das espécies de helmintos mais prevalentes. Foram identificadas 8 espécies de helmintos em 23 espécimes de D. albiventris do município de Mamanguape: Aspidodera raillieti Travassos, 1913, Cruzia tentaculata (Rudolphi, 1819) Travassos, 1917, Trichuris didelphis Babero, 1960 e Trichuris minuta (Rudolphi, 1819) no intestino grosso; Travassostrongylus orloffi Travassos, 1935, Viannaia hamata Travassos, 1914 e Brachylaima advena Dujardin, 1843 no intestino delgado; e Turgida turgida (Rudolphi, 1819) Travassos, 1919 no estômago. Também foram recuperadas três morfoespécies de helmintos, sendo elas os nematódeos: Hoineffia sp. e Viannaia sp. e um cestódeo no intestino delgado. Do município de Porto Alegre, foram identificadas 9 espécies de helmintos recuperados de 15 espécimes de D. albiventris: A. raillieti, C. tentaculata, T. didelphis e T. minuta no intestino grosso; T. orloffi, V. hamata, B. advena e Rhopalias coronatus (Rudolphi, 1819) Stiles & Hassall, 1898 no intestino delgado; T. turgida no estômago. Cruzia tentaculata e V. hamata foram as espécies com maiores abundâncias (150,28 ± 152,87 e 64,65 ± 111,43, respectivamente) e intensidades médias (162,46 ± 152,58 e 78,36 ± 118,43, respectivamente) enquanto as espécies mais prevalentes foram A. raillieti (72,50 [56,11 - 85,40]), C. tentaculata (92,50 [79,61 - 98,43]), T. turgida (77,50 [61,55 - 89,16]) e V. hamata (82,50 [67,22 - 92,66]). Estas espécies de nematódeos também foram as únicas dominantes tanto nas localidades separadas quanto em conjunto, formando o núcleo central da comunidade componente de helmintos. As variáveis mais determinantes na abundância de helmintos foram a massa corporal do hospedeiro, a riqueza de espécies de helmintos da infracomunidade e a localidade de coleta. A análise de estrutura de metacomunidades indicou padrões Gleasoniano e Quase-Gleasoniano para a metacomunidade de helmintos de D. albiventris, considerando o conjunto total de infracomunidades e considerando apenas as infracomunidades encontradas em Mamanguape, PB, indicando que as espécies de helmintos apresentam respostas espécie-específicas e independentes umas das outras ao longo do gradiente ambiental.
2021-01-01T00:00:00ZSobreposição de nicho entre espécies de roedores em duas áreas abertas de Mata Atlântica do estado do Rio de JaneiroSoares, Mateus Rodrigues de Araujohttps://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/578792024-01-08T17:16:47Z2021-01-01T00:00:00ZSobreposição de nicho entre espécies de roedores em duas áreas abertas de Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro
Soares, Mateus Rodrigues de Araujo
Estudos de nicho ecológico são de grande importância para o entendimento das relações ecológicas entre populações de espécies que interagem umas com as outras em um ecossistema. Dimensões de nicho como a dieta proporcionam informações importantes a respeito da biologia das espécies, bem como interações intra e interespecíficas, como competição e predação por exemplo. O objetivo deste projeto foi estudar a sobreposição de nicho alimentar do roedor Necromys lasiurus, espécie típica do Cerrado e reservatório de hantavírus, com outras espécies de roedores em áreas abertas de Mata Atlântica, no estado do Rio de Janeiro. Amostras de conteúdo digestório dos roedores N. lasiurus, Akodon cursor e Mus musculus foram analisadas através da triagem macroscópica e identificação taxonômica por microscopia. Foram estimadas a frequência de ocorrência de cada categoria alimentar (partes vegetais e grupos de artrópodes), bem como a sobreposição de dieta. Em geral, os três roedores apresentaram uma dieta onívora, com largura e sobreposição de nicho altas. Os hábitos alimentares de N. lasiurus nas áreas de Mata Atlântica se mantiveram similares ao do Cerrado, sugerindo capacidade de adaptação de sua dieta de acordo com o ambiente ocupado. Apesar de não haver evidência direta de competição entre as espécies invasoras e a nativa, sugere-se o potencial das espécies invasoras em impactar a composição e abundância da comunidade de roedores autóctones, bem como de seus parasitos, principalmente em hábitats menos conservados e com menor disponibilidade de recursos. Também foi feito um estudo de cienciometria com o objetivo de avaliar lacunas de conhecimento a respeito deste grupo, entre diferentes biomas, regiões do Brasil e tipo de metodologia empregada e verificou-se que, em geral, os estudos de dieta com roedores e marsupiais ainda são escassos no Brasil.
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